Buscas ao «24 Horas»

Enquanto o País aguarda as investigações que o Sr. Procurador Geral da República prometeu céleres e que, agora, depois das eleições presidenciais e de Marques Mendes lhe ter reiterado a sua confiança, já não considera tão urgentes, o jornal «24 Horas» viu apreendido o computador de um dos seus jornalistas que denunciou o caso do «envelope 09».

Segundo a comunicação social houve quatro buscas que mobilizaram 3 juizes, vários procuradores do M.P. e 8 inspectores da PJ, o que indicia um rigoroso cumprimento da lei.

Há apenas duas perguntas que inquietam:

1 – Não era o antigo director-geral da PJ, Adelino Salvado, que informava um jornalista do referido jornal e que, violando o segredo de justiça, foi obrigado a demitir-se, sendo agora juiz da Relação, sem transtornos de maior?

2 – O que será mais grave:

a) escutas telefónicas ao Presidente da República, primeiro-ministro e altos dirigentes do Estado, sem que o País saiba quem, como, quando e porquê foram ordenadas;

b) ou a divulgação pelos jornalistas?

Comentários

Anónimo disse…
Os poderes públicos portugueses mostram o seu melhor nos momentos cruciais.
Desde as enfabulações freitistas sobre os cartoons, as origens das religiões, a identificação histórica dos agressores e agredidos, à teoria da liberdade condicionada com "responsabilidade" cívica pelo primeiro-ministro até aos sinuosos meandros do poder judicial, tudo se conjuga para, em nome do pragmatismo, questionar e condicionar a liberdade de expressão.
Vamos deixar?
Carlos Alberto disse…
Hoje comprei o 24 Horas. É um jornal que nada me diz. Nunca o li. O exemplar que adquiri, ainda está por abrir, mas não posso ficar indeferente ao que se está a passar.

E o reino da Dinamarca, aqui tão perto.
Anónimo disse…
Em vez de se esclarecer - como prometido pelo PGR - como apareceu num processo o registo de comunicações telefónicas das mais altas figuras do Estado,

Perseguem-se os mensageiros.

E não ficaremos a saber como, quem e com que justificação se pôs a democracia sob escuta.
1313 disse…
na função pública os incompetentes nunca são despedidos. a incompetência é vitalícia. normalmente são promovidos a chefe ou colocados numa prateleira que pode ser de ouro ou de outro material qualquer.
Anónimo disse…
Sabe como as coisas funcionam nos EUA, país onde o poder da imprensa é enorme:
"Lei da rolha - se algo está em segredo de justiça é tão culpado quem o revelou ao jornalista como o jornalista a publicar algo que sabe que está sob segredo de justiça"

Ou não? Se calhar se o segredo de justiça tivesse sido realmente aplicado tb Caterine D'Neuve e o Vampiro das Saunas tivessem a ser julgados, assim, ...

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