Em defesa da liberdade


Resposta a um crente islâmico


O Diário as Beiras (3/3/06) publicou uma carta do leitor Cheikh Brahim Abdellahi, sob o título «Em defesa de humanidade, profeta MOHAMED, paz esteja com ele», dirigida ao primeiro-ministro dinamarquês Anders Fogh Rasmussen, em que condena as caricaturas de Maomé e lhe exige, sem atraso, «que apresente desculpa não só ao mundo muçulmano, mas também a toda a humanidade, porque o profeta MOHAMED, a paz esteja com ele, representa a conclusão de todos os valores humanos nobres e que são respeitados por qualquer ser humano equilibrado».

Respeito as minorias mas respeito ainda mais, louvado seja o livre-pensamento, a verdade e a liberdade. Defendo os crentes mas reservo-me o direito de combater as crenças, louvado seja o livre pensamento.

Assim, permito-me esclarecer o devoto Cheikh de alguns equívocos:

1 – O primeiro-ministro dinamarquês é certamente leitor assíduo do «Diário as Beiras» mas não vai responder à sua exigência pelo facto de não poder, nem querer, abolir a liberdade de imprensa;

2 – Apesar do respeito que merece o profeta Maomé, louvado seja o livre-pensamento, as sociedades democráticas preferem o respeito pelos direitos humanos;

3 – O direito à liberdade de expressão é mais sagrado do que a alegada vontade de Maomé, Cristo ou Moisés;

4 – Em democracia a fé é facultativa, contrariamente à teocracia onde é obrigatória, e defende-se a liberdade de todas as religiões, bem como do agnosticismo e do ateísmo.

5 – Nos países laicos e democráticos ninguém é perseguido por razões religiosas e o direito de abandonar ou abraçar qualquer religião é defendido pelo Estado de direito.

Quanto aos valores humanos nobres, que invoca para Maomé, convém ter em conta:

I – Não são respeitados por todos os seres humanos equilibrados, como alega;

II – A democracia e a laicidade do Estado não são consentidas nos países muçulmanos;

III – O respeito pela igualdade entre os sexos não existe;

IV – A Declaração Universal dos Direitos do Homem é ignorada;

V - A decapitação, lapidação e tortura são práticas correntes.

Os Árabes que contribuíram para o humanismo e favoreceram o Renascimento europeu eram, então, mais tolerantes e cultos do que os cristãos mas, agora, regrediram e dão ao mundo exemplos de intolerância e fanatismo.

Não há, pois, uma guerra de civilizações. Há um antagonismo entre o islão político, de contornos fascistas, e a democracia, uma luta entre a civilização e a barbárie, um conflito entre a fé e a liberdade. Louvado seja o livre-pensamento.

Publicado simultaneamente no «Diário Ateísta»

Comentários

""#$ disse…
Carlos ,s+o pra repetir o que escrevi no DA.
Exactamente!
Anónimo disse…
Continuo convicto de que a minha teoria é que está certa:
1. Um mundo justo, pacífico, fraterno e feliz é um mundo sem religiões;
2. A causa principal das quezílias entre e com religiosos tem a ver com a ideia que estes últimos têm acerca do sexo;
3. A prática do sexo por puro prazer (sem ter o objectivo principal de procriação, mas sim prazer pelo prazer), é uma prática saudável (física e mentalmente), potenciadora da melhoria das relações sociais entre os seres humanos (masturbação incluída);
4. O azedume, intolerância, arrogância e prepotência dos religiosos prende-se essencialmente com a falta de sexo gerador de puro e genuíno prazer, aliado a um excesso de oração (mais sexo e menos rezas, é a solução).
5.Na maioria dos casos, as "questões religiosas" (aborto, inseminação artificial, uso do preservativo e outros métodos anti-concepcionais, eutanásia, blasfémia ou liberdade de expressão, ensino, etc), ficam resolvidas com umas quantas sessões de sexo desenfreado
Mano 69 disse…
Reclame! Refile! Faça-se ouvir!
Diário as Beiras

O leitor com base na publicidade do Diário as Beiras aproveitou para expressar os seus sentimentos. Resta saber se aquele nome existe individualmente ou colectivamente...


Para o anónimo das 4:07 PM

Não posso deixar de concordar com o ponto 3. Nem mais! Claro que o sexo deve ser seguro, mas não tão "seguro" como a masturbação...
Anónimo disse…
Ó Carlos
Apesar de respeitar a liberdade de expressão dos comentaristas, já houve situações, embora raras, em que apagou um ou outro comentário mal educado aqui no blog. Genericamente pode-se dizer que prevaleceram os seus (nossos) valores sobre educação mas....não poderá haver nesse tipo de censura também uma afronta á liberdade de expressão? Os nossos valores podem não ser os mesmos!
Anónimo disse…
... já houve situações, embora raras, em que apagou um ou outro comentário mal educado aqui no blog.

RE: 1 - Apaguei comentários repetidos, referindo onde estava o original;

2 - Apaguei um com calúnias demasiado graves (passíveis de procedimento criminal) convidando o autor a identificar-se e a repetir o comentário, o que o coirajoso leitor não fez.

Não apago comentários como pode ver pelos insultos baixos de que sou alvo e que permanecem.
Anónimo disse…
A Eliana tem apenas acções de uma empresa SA com esse objecto. Não tem qualquer papel na gestão.Invejosos
Anónimo disse…
Este texto foi hoje publicado no «Diário as Beiras».

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