A falta da regionalização

A ausência da Regionalização vai transformando Portugal numa bizarra manta de retalhos onde os caciques andam à solta e a racionalidade administrativa é a miragem que aguarda o cumprimento da Constituição da República.

Há falta de interlocutores – as Regiões –, para fazerem a ponte entre 308 municípios e mais de quatro mil Juntas de Freguesia, muitas sem justificação e, algumas, para mera contagem partidária da mercearia eleitoral.

Em Lisboa, a freguesia dos Mártires, com 366 eleitores, tem sobrevivido à incúria de um País que desconfia do Estado e acha que é bom tudo o que o possa prejudicar.

O presidente da Junta, Joaquim Guerra de Sousa, condena a intenção do «Governo Socialista» de a extinguir na sequência da reforma administrativa anunciada pelo Governo.

O edil não se conforma e argumenta com os milhares de pessoas que ali circulam diariamente. Se este critério autárquico fizesse vencimento não tardaria que várias feiras e mercados fossem transformados em concelhos e freguesias.

As auto-estradas de Portugal, com tal critério, mereciam formar um concelho com sede em Aveiras e freguesias espalhadas por áreas de serviço, não faltando uma comarca especializada em acidentes de viação.

Comentários

osso disse…
a regionalização é urgente. o país está a morrem em favor de lisboa.

basta de centralismo! queremos Portugal e não apenas lisboa.
Anónimo disse…
O país está dividido em muitas quintas, os feitores são muitos e todos se querem orientar...a regionalização é importante mas, os políticos teem de ganhar menos, ter menos mordomias e acima de tudo, pensar no povo.
Anónimo disse…
apoiado! a visão estilo queijo limiano, e "not in my back yard" só tem trazido desvantagens.

e não se trata de centralismo ou não. atrevo-me a dizer que em alguns casos até é o centralismo de lisboa que nos salva.
Anónimo disse…
Infelizmente os Portugueses votaram não porque não perceberam o que estava em causa e adiaram uma medida urgente e necessaria que traria uma nova organização administrativa do Pais, mais uma vez os responsaveis estão á vista....
Anónimo disse…
CE:

Calma!
Deixe acabar o acto referendário em curso...

Depois,...
vamos ao referendo da Regionalização
ou,
decide-se na AR, dando cumprimento à Constituição.
Anónimo disse…
Caro Osso,
Com todo o respeito, permito-me dizer-lhe que o Centralismo de Lisboa é alimentado pelos labrostas que vêm de todo o lado para cá e ficam embriagados pelo barulho das luzes, assim que desembarcam em Sta. Apolónia.
Infelizmente instalam-se nos diversos poderes e esquecem rapidamente que se hoje têm a posição de bípede é porque, em pequenos, levantaram as mãos do chão, quando se aproximaram da lareira e se queimaram, porque se assim não fosse ainda hoje andavam de gatas…
Aqueles que são Lisboetas genuínos, passam ao lado dessas desculpas mal paridas, estão-se borrifando para o centralismo, até porque não têm voto na matéria, e sentem-se bem quando vão ao Porto e a outras regiões do País.
O corrupto portuense Pinto da Costa quis incendiar Lisboa; o símio ilhéu João Jardim diz que Lisboa lhe está a roubar as bananas; o Neanderthal Ferreira Torres grunhiu não sei quê sobre os de Lisboa.
Tudo boa gente.
Para acabar de vez com essa litania, sugiro que a 4.ª cidade de Portugal que é o Porto(*), passe a fazer parte da Galiza, onde ascenderá a 3.ª cidade, e que a Madeira seja despachada para as Canárias ou independentada, o mais depressa possível.
Nós, os “aborígenes”, não temos nada a opor e até agradecemos, desde que levem de cá a cambada.

Nada de pessoal
Cumprimentos
“Olisiponense de gema”

(*) O Porto é a 4.ª cidade de Portugal, porque não há nem 2.ª nem 3.ª.
Anónimo disse…
Ao OSSO e ao Eh PÁ.

Com todo o respeito do mundo pelas vossas opiniões, não posso deixar de estar revoltado pelo vosso espírito de subserviência e ao mesmo tempo de arrogância e ousadia.

Diz o caro amigo Osso, que "o país está a morrer em favor de lisboa."
Que "basta de centralismo", continua dizendo. Que "queremos, diz ele, Portugal, e não apenas lisboa."

Bem, eu cheguei ao Porto vai para dois anos e tal, gosto das pessoas e da terra, mas ainda não percebi essa "TANGA" de tanta aversão a Lisboa. Mas, pensando no assunto e concedendo inicialmente o benefício da dúvida aos inimigos da Capital, verifiquei que a cidade do Porto, é uma cidade de pessoas tímidas, falam mal por falar, têm medo de se exprimir, não defendem os seus valores nem a sua história, que é riquíssima e os mais qualificados voltam-lhe as costas como são os casos do Manuel Serrão, Rui Veloso, Sérgio Godinho, Miguel de Sousa Tavares, António Coutinho entre, talvez, milhares de outros.

Concretizando,

1) - No Porto diz-se, correntemente: GANHAMOS MENOS DO QUE EM LISBOA. Mas se lhes perguntarmos porquê, não sabem responder porquê. Será porque o custo de vida é mais baixo? Esta é uma hipótese. Mas a cidade do Porto não sabe nem quer saber. E esconde-se por detrás da má língua e insulta. È uma atitude sem HONRADEZ o que deita abaixo a divisa da cidade. Exijo que o Porto nunca mais diga isso e se bata pela sua razão se a tiver. Como o fizeram os bravos do 31 de Janeiro de 1891

2) - A maior figura de sempre do PAÍS deveria ser atribuída ao médico e Professor da Faculdade de Medicina do Porto, Prof. Doutor Manuel António Caldeira Pais Clemente, o único português que integra uma secção especial dedicada às mentes mais brilhantes (Greatest Minds) deste século e cuja biografia foi seleccionada pelo Instituto Biográfico Americano para figurar no livro “Great Minds of the 21st Century” que se publica desde 1967, sendo a distinção do Professor recomendada por um painel multidisciplinar constituído por cerca de 10 mil membros de 75 países. O que é que a cidade do Porto sabe desta ilustre personalidade? Zero e nem um voto, que eu saiba, lhe atribuiu. O que é que a cidade fez? Votou Pinto da Costa como a 17ª maior personalidade de sempre, um homem que teve uma relação de amor duvidosa e que, acabada essa relação já está noutra com uma jovem 43 anos mais nova, um homem que ao que parece está a ser já investigado sob suspeita de que se serviria do clube para transferências de jogadores com o fito das comissões., sendo o estratagema
virem jogadores do Brasil com ‘fama’ de craques que só rodavam uns dias no FC Porto
Pergunta-se à cidade do Porto, HONRADEZ onde estais. E o Porto cala-se, como se calou ontem quando na abertura do telejornal do canal 1, surgiu a notícia de que o FCPorto pagou 25 000 euros a um jogador do Leiria para facilitar, parece que é isto, no jogo da Super Taça. E o Porto não reage, deixa passar a suspeita como não reagiu ao livro de Carolina Salgado, onde foram apresentadas situações delicadas. Afinal como é? Que Porto é este?!...

3) Rui Rio, fala-se tão mal do homem e já vai no segundo mandato. Então porque o elegeram para o segundo?

4) Siza Vieira fez aquele tanque nos Aliados e ninguém contesta?

5) Penso que muitos mais casos havia citar.


Voz de comando o Porto não tem, é uma cidade submissa, sem HONRADEZ Cidade que traíu os ideias da “Muy Nobre, Leal e Invicta cidade do Porto”

Zézé.
e-pá! disse…
Anómino de Dom Fev 11, 05:34:00 PM

Eu não defendo substituir o "centralismo" por "bairrismos" vários. Do Porto, lisboa, Braga, Faro, etc.
Eu defendo o fim da centralização pela REGIONALIZAÇÃO administrativa, subsidiária ao imperativo da coesão nacional.

Só isso.
osso disse…
Para que não pensem que tenho aversão a Lisboa. E que se alguma coisa tenho contra Lisboa ela não é contra as suas gentes e é fundamentada.

Qual o destrito do país onde existe menos desemprego? Lisboa.
Qual o destrito do país oara onde se procuram levar novos investimentos? Lisboa.
Onde se quer aplicar o dinheiro dos importos de todo o país? Lisboa.

Ora bem, se não os consegues vencer junta-te a eles. Já há muita gente que abandona as suas terras (Porto incluido) para ir para Lisboa, pois lá os vencimentos são maiores e aliás como a oferta de emprego. Daí dizer que o país está a morrer, pois está a ficar deserto e a região de Lisboa a crescer.

Não consigo perceber uma coisa. Ofacto de a grande maioria dos políticos ser de fora de Lisboa. Contudo recordo um que defendeu o resto do país e foi posto no olho da rua (Fernando Gomes).
e-pá! disse…
Osso:

As assimetrias nacionais e, por maioria de razão, as regionais, têm uma ferramenta política para combatê-las:
A REGIONALIZAÇÃO!

Os queixumes, as incriminações, nada resolvem.
Caro Esperança,

Tomei a liberdade, mais uma vez, de publicar este seu post no . Regionalização.
Todavia tenho sérias reservas relativamente a esta reforma administrativa que visa sòmente a extinção e fusão de freguesia. Isto porque, considero esta medida avulsa, extemporânea e orientada por critérios muito pouco consistentes.

Quando se mexer no actual modelo administrativo temos que ir muito mais ao fundo e pensar seriamente, entre outras coisas, na criação das áreas Metropolitanas (Lisboa e Porto) como verdadeiras entidades administrativas eleitas, depois, e a par da extinção de freguesias, pensarmos também seriamente na extinção ou fusão de municípios. Esta será uma reflexão para outra altura.

Agora no que concerne à Regionalização esta sim é uma reforma administrativa absolutamente necessária ao desenvolvimento económico e social de todo o país sem excepção. Aliás eu sou de opinião que a Área Metropolitana de Lisboa será uma das que mais terá a ganhar com esta reforma.

E agora que foi invertido claramente (finalmente) o sentido do voto dos portugueses no que toca à IGV, fiquemos à espera que o mesmo se venha a verificar relativamente à Regionalização.

Cumprimentos,
Anónimo disse…
Caro Almeida Felizes:

Partilho as dúvidas e subscrevo as suas reflexões.

Quanto aos seus votos finais, também são os meus.

O sentido irónico que dou aos meus textos é uma questão de estilo.

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