A Espanha, a ETA e o PP

O PP de Mariano Rajoy nunca digeriu a derrota eleitoral que o surpreendeu. Manteve, todavia, a postura de Estado, que o PSOE revelou na oposição, enquanto se não deixou arrastar pelos bispos, os mais reaccionários da Europa, com excepção da Polónia, e por sectores laicos da extrema-direita a quem se deixou atrelar.

A ETA tem sido uma aliada preciosa da extrema-direita, perdido o rumo político, numa deriva assassina de exclusivo pendor terrorista. Hoje é um factor de mobilização para a Espanha nostálgica do franquismo, pronta a sair à rua para vingar as estátuas derrubadas do ditador, a afronta da legalização dos casamentos e adopções por homossexuais e a alegada benevolência com que Zapatero lida com o terrorismo.

Enquanto o PP esquece a participação de Aznar na invasão do Iraque, aliou-se à luta de rua que põe em conflito as duas Espanhas que Felipe González procurou pacificar.

O PP exerce um direito por que nunca lutou, mas pode deixar-se envolver na espiral de violência que o fascismo, pior sepultado do que em Portugal, é perito em provocar.

Neste momento, a Espanha que tem uma pujança económica invejável e acertou o passo com as nações mais tolerantes e desenvolvidas precisa de se defender do PP, um partido que parece cada vez menos uma alternativa democrática e cada vez mais um veículo de regresso ao franquismo.

Vale à Espanha o guarda-chuva europeu e a rápida secularização da sociedade urbana para que os velhos demónios não ressuscitem.

Comentários

Anónimo disse…
-O P.P não digeriu a derrota eleitoral?
- Outra vez a igreja?
- A eta aliada ao P.P?
-O P.P quer voltar ao franquismo?
- As lutas de rua do P.P?
- Fazer querer que Aznar nada tem a ver com o desenvovimento económico de Espanha?

COMO É QUE PODE ACONSELHAR ALGUÉM QUE A MANIA DA PERSEGUIÇÃO PODE LEVAR À ESQUIZÓFRENIA COM UM POST COMO ESTE?
Anónimo disse…
"...O motivo dos protestos foi, como se sabe, a cedência do sujeito à greve de fome de um psicopata da ETA. Mas trata-se de um motivo simbólico, visto que a submissão ao terrorismo é uma espécie de marca registada do governo em causa, nascido do medo e dos equívocos do 11 de Março.

Ontem, outro 11 de Março, as vítimas dos atentados de há três anos foram homenageadas mediante um monumento em vidro e a presença do sr. Zapatero, aparentemente consternado com a barbárie que levou os espanhóis a elegerem-no. Embora tardia, a melhor homenagem às vítimas seria os espanhóis reconhecerem, e corrigirem, o erro. Como se viu no sábado, já faltou mais..."
Ora aí está!
jrd disse…
É inquestionável que a actuação da ETA tem servido os interesses da extrema-direita Espanhola, não obstante a encenação "Aznarenta" que se seguiu ao atentado terrorista de 11 de Março, ter funcionado ao contrário.
Mas, concordo que não será de novo possível que os homens da sombra possam cantar o "cara ao sol", como nos tempos do crematório de Sevilha e dos muros de Burgos ou, mais tarde, dos das celas de Carabanchel.
A Espanha negra não volta, mesmo que os bispos das trevas e os ressabiados do caudilho, arregimentem e imponham obediência bovina aos seus seguidores.

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