A homilia de segunda-feira de João César das Neves

Ponte Europa/Pitecos - Zédalmeida

João César das Neves (JCN) acha que a Europa gasta o tempo na promoção do «aborto, homossexualidade, eutanásia, pedofilia, divórcio».

JCN deve ter a consciência pesada. Por penitência do confessor ou remorso dos pecados que precisa de exorcizar, todas as segundas-feiras é o paladino da virtude e dos bons costumes, a lembrar os sermões de um padre rural, com ameaças apocalípticas e horrores perpétuos no azeite fervente do Inferno.

JCN obceca-se pelo sexo. Aborto, homossexualidade, divórcio e sexualidade que não tenha em vista a prossecução da espécie, são pecados que execra com o vigor de um beato e a raiva de um inquisidor. O adultério e o deboche são temas recorrentes, que não faltam na homilia de hoje.

Para dar colorido à obsessão, junta-lhe a eutanásia e a pedofilia, sendo a primeira um assunto sério a discutir e a segunda um crime a punir, sem se dar conta da desonestidade intelectual de confundir as duas.

JCN, quando fala sobre economia, parece civilizado e urbano, mas quando lhe dá para o proselitismo torna-se um talibã que a extinção da Inquisição deixou sem emprego.

Quererá o devoto criminalizar o aborto, a homossexualidade e o divórcio e condenar a prisão o adultério? A homofobia era uma obsessão salazarista e o divórcio, que tanto apoquenta JCN, era interdito aos casamentos católicos, de acordo com a Concordata.

Mas será legítimo impedir o divórcio e condenar um casal cujos cônjuges se detestam à manutenção do vínculo contratual que o une, sem possibilidade de tentarem de novo a felicidade? Quanto à homossexualidade, teme JCN a sua insegurança ou a impensável obrigatoriedade?

Quanto ao aborto deve estar feliz com a decisão de Daniel Ortega, um velho comunista que conseguiu o apoio da Igreja católica graças à proibição do aborto terapêutico, mas é lícito tornar obrigatória uma gravidez que mate a mulher ou traga um filho deficiente?

Essa é a vontade de JCN, mas quem tem alguma clemência deixa a opção à grávida.

Comentários

Anónimo disse…
O diácono das Neves, à falta de melhor, faz como os espantalhos. Ocupa um lugar na paisagem, assume um ar pio, e, podendo, debita despautérios.
Apenas esquece que já toda a gente sabe o que acontece, quando os fariseus levantam a sotaina. Fica a cheirar a enxofre.
Manel disse…
O Neves deve ter tido um caso mesmo grave com alguma fêmea, em tempos. Anda por aí problema velho!
Anónimo disse…
JCN gosta muito de sexo. No escuro. Na posição de missionário. Com a sua senhora. Nos dias recomendados pela Santa Madre.
Depois, pega no seu chicotezinho e autoflagela-se em tenebroso silêncio. Degradante. Sórdido. Rezando avés-marias por todos os abortos que se fazem em Portugal. Pedindo perdão ao Nosso (salvo seja) Senhor pela eutanásia do tio Manuel e o adultério do vizinho da frente com a colega lá do escritório.
Degradante. Penoso. Feio.
Mais vale o Portas que tem a camisinha desbregada e um belo glamour de praia.
Anónimo disse…
Este homem é um alerta permanente para o Corpo de Bombeiros, um lança-chamas com óculos. Talvez tenha chegado o momento de lhe fechar a cloaca incendiária, até porque a época dos incêndios se está a aproximar.
Anónimo disse…
Como é que você perde tempo com este idiota?
Provavelmente, pelo mesmo motivo que eu perco:
a curiosidade mórbida, aquela que nos faz parar na estrada para ver os destroços de um acidente.
Só que JCN nem sempre é tragédia.
Muitas vezes é comédia. É para rir.

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