Miguel Torga – 1.º centenário do seu nascimento

Súplica


Agora que o silêncio é um mar sem ondas,
E que nele posso navegar sem rumo,
Não respondas
Às urgentes perguntas
Que te fiz.
Deixa-me ser feliz
Assim,
Já tão longe de ti como de mim.
Perde-se a vida a desejá-la tanto.
Só soubemos sofrer, enquanto
O nosso amor
Durou.
Mas o tempo passou,
Há calmaria...
Não perturbes a paz que me foi dada.
Ouvir de novo a tua voz seria
Matar a sede com água salgada.

Miguel Torga

P.E. – Miguel Torga foi um dos mais insignes escritores do século XX. Foi grande demais para caber em Coimbra e excessivamente individualista para ocupar o palco que o seu talento merecia.

O centenário do seu nascimento é um excelente pretexto para divulgar a obra deste autor singular que escreveu teatro e foi tradutor e que atingiu na poesia e na ficção o apogeu da arte.

Amou a liberdade como poucos e, por isso, foi preso, como muitos, pela mesquinha ditadura que oprimiu Portugal.

Comentários

Anónimo disse…
Em Coimbra, o governo não esteve presente...atitude habitual, para quem se está borrifando para a nossa cidade.

Nas próximas eleições os conimbricenses saberão escolher.

PS, nunca mais.
Anónimo disse…
Este texto do Esperança, revela o faccioso que este senhor é! onde está a critica ao governo na nação?

O senhor é um triste !!!

TORGA SEMPRE !
Anónimo disse…
A Ministra da Cultura andou a lamber o cú ao Berardo, esse expoente máximo da cultura portuguesa.
Já nas comemorações do centenário de Miguel Torga, essa insignificância cultural, não apareceu.
Anónimo disse…
E o governador civil onde andava? Esteve lá?
Anónimo disse…
Como CE tanto gosta de citar jornais (quando lhe interessa, claro...), poderia aqui citar o "Calinas" de hoje, página 3.
Para poupar trabalho, aqui fica (se, entretanto, não vier a ser deleted by the administrator...):
"António Arnaut, amigo de Miguel Torga, criticou o Governo de José Sócrates por não se ter feito representar ao mais alto nível, em Coimbra, nas comemorações do centenário do nascimento do poeta. «É uma falta grave, uma omissão grave de cumprimento de um dever cívico», disse Arnaut.
Anónimo disse…
Anónimo Seg Ago 13, 04:38:00 PM:

Por que motivo lhe apagaria o comentário?

Vem a propósito do post.

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