Faleceu Zélia Gattai

A escritora Zélia Gattai, viúva de Jorge Amado, autora, entre outros livros, de «Anarquistas Graças a Deus», morreu hoje.

A grande escritora que se escondeu na penumbra, para deixar brilhar no palco da literatura o seu Jorge, faleceu quase sete anos depois.

Jorge Amado partiu feito cinza para a sombra da mangueira que plantou em S. Salvador da Baía de Todos os Santos, certamente com ciúmes de Iemanjá. Esperou por Zélia com Orixás a velar. E ela acabou por partir. Aos 91 anos.

Comentários

e-pá! disse…
Na verdade ficaremos todos na ignorância se Zélia esperou que Jorge Amado a chamasse ou resolveu mudar para o terreiro que, certamente, a esperava debaixo da mangueira.

Os livros de que foi guardiã, partilhou e deu a conhecer ao Mundo com Jorge Amado à sua ilharga, ou ausente, os seus escritos aparentemente emancipados mas entrosados na grandeza do escritor, os seus pertences pessoais, as recordações, roupas, os enfeites e os assentamentos de orixás, devem neste momento estar a ser submetidos ao tradicional "jogo de búzios", que ditará o seu destino.

Cerimoniosamente, prossegue o axexê, que secretamente, melhor diria, serenamente, começou há 7 anos, debaixo da mangueira, ao som de atabaques, ou "tabaques", com que, na Baía os escravos homenageavam, na hora da morte, as gentes importantes (pais ou mães de santos).

Nanã Buluku terá aberto o portal de saída e com o assentimento dos orixás, procederá ao “desencarne” e respeitosamente encerrará o terreiro durante algum tempo.

Julgo que até à próxima homenagem ou no início de outra viagem.

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