O erro dos rankings

Concordo com Vital Moreira que critica a forma como os rankings são apresentados à opinião pública.

É pena que o governo socialista - e supostamente republicano - continue a contribuir para esta permanente degradação da imagem da escola pública...

É a escola pública que cumpre o grande sonho de Abril: promover a igualdade de oportunidades, a solidariedade entre as diferentes classes sociais e o reforço da coesão social e nacional.

A escola pública melhorou muito nos últimos três anos.
Já temos escola a tempo inteiro, actividades extracurriculares e professores colocados por um período de 3 anos, entre outras medidas.

Mas a repetida mensagem segundo a qual as escolas privadas oferecem melhor preparação é um erro grave e coloca em causa os fundamentos da República.

É evidente que um pequeno colégio que receba jovens de classes socio-económicas mais favorecidas, com mais apoios pedagógicos e com mais altas expectativas de realização profissional, terá melhores resultados nos exames do que uma grande escola aberta a todas as classes sociais e a todos os alunos!

Neste ranking - perdoem-me o orgulho! - sabe sempre bem saber que, ano após ano, é a (minha) Escola Secundária Infanta D.ª Maria, de Coimbra, a que obtém melhores resultados, no plano das escolas públicas.

Comentários

Unknown disse…
Pois, a Dª.Maria, mas atenção às palavras da Dra. Rosário Gama em entrevista à RTP 1: com esta política educativa do ME, tudo se pode esboroar para o ano.
A escola pública é uma das grandes conquistas da democracia e da República. Defendê-la é uma obrigação de todos os democratas. As ecolas privadas são elitistas e classistas. O Estado deve investir o máximo na escola pública, e, a meu ver, nunca subsidiar escolas privadas.
e-pá! disse…
RANKINGS ou CHICANICE MEDIÁTICA?

Estes rankings deveriam ser suspensos, até que:
- se consolidasse a reformas do Ensino, ainda, em curso;
- se apaziguasse o exacerbado clima de crispação e contestação entre professores e ME;
- se encarasse a Educação como um pilar social da governação e possibilitasse uma ampla e disciplinada participação dos alunos no ambiente escolar;
- se integrasse a componente educacional, nas vertentes culturais e lúdicas das crinaças e dos adolescentes;

etc.

E, o essencial:
O País conseguisse um desenvolvimento harmonioso (regionalização com coesão e solidariedade nacional), destruindo as actuais assimetrias.
Isto é, se colocassemos todos os potenciais concorrentes em pé de igualdade, com as mesmas oportunidades, nas mesmas condições à partida.

Caso contrário estes rankings não são mais do que chicanice mediática...

Acertada a reacção da Ministra da Educação duvidando da seriedade destes «rankings».

Estão para saltar outros sobre os Hospitais e penso que sobre "tudo" o que é público, sem que exista um conhecimento aprofundado das diversas situações economico-sociais e culturais do País.

Apetece perguntar:
Que tal um ranking sobre a actividade financeira do Bancos?
Ou sobre o grau de satisfação dos clientes das companhias de Seguros?
etc.

Ou deixamos estas questões para os protestos (sempre de difusão limitada) da DECO?

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