Quo vadis Bento 16?

Para os que pensavam que a ICAR era compatível com a modernidade e a civilização, aí está Bento 16 a desmenti-los com a brutalidade das suas decisões.

Não se pense que é a crença em deus que o anima, pormenor sem importância, é o poder que o cega. Como gostaria de ter católicos capazes de se imolarem!

Com que enlevo verá este papa medieval a demência fascista do Islão com o seu cortejo de mártires, obsessão totalitária e a organização da sociedade toda baseada no livro que o arcanjo Gabriel ditou a Maomé, a voar baixinho entre Medina e Meca!?


Com que pasmo há-de observar os judeus das trancinhas a tentarem derrubar à cabeçada o Muro das Lamentações, a sobrar-lhes na fé o que lhes mingua no banho, a sonhar com o regresso à Palestina e a pensar que são o povo eleito!?

O Papa, este papa, sonha com o espírito das Cruzadas e o regresso do Santo Ofício para impor a disciplina da fé e o fausto do papado.

A reabilitação do bispo fascista inglês, Williamson, não é um erro de quem não conhece o biltre, foi a decisão do correligionário que o estima.

A Igreja católica divide-se, com vergonha do papa e pavor do seu extremismo, mas não faltam outros para tomar o seu lugar e novas seitas à espera de ocupar o espaço vago no mercado da fé. Bento 16 sabe o que faz e quer o confronto com a modernidade, certo de que os extremismos deslumbram.

Os milagres não são, como alguns pensam, o folclore da religião, são o alimento da fé e o instrumento ao serviço do obscurantismo.

A elevação a bispo do eclesiástico que atribuiu o furacão Katrina e a destruição de Nova Orleães ao castigo de deus, pelos pecados da cidade, é a prova que faltava para a certeza da agenda obscurantista do Vaticano.

Bento 16 sabe o que fez. E sabe os riscos que corre. Sabe, inclusive, como o seu deus é célere a chamar à divina presença os que lhe prejudicam os interesses terrenos. Deve ter ponderado a pressa com que João Paulo I foi chamado.

No Vaticano não são permitidas autópsias.

Comentários

e-pá! disse…
A projectada viagem à Palestina, as tentativas de diálogo com judeus e a visita a Jerusalém, é a "resposta" temerária, precipitada e imprudente de Bento 16, no porfiado esforço de corrigir a mão dos seus, cada vez, mais frequentes deslizes.
Desta vez - é a segunda grande gaffe - pretende penitenciar-se pelo levantamento da excomunhão ao bispo negacionista inglês, Williamson.
Quis que o dito bispo se retratasse publicamente. Williamson, mandou-lhe dizer que não tinha tempo.
Estava ocupado em investigações sobre os campos de extremínio nazis...
Desautorizado, Bento 16, vai em penitência à dita "Terra Santa".

Já tinha edificado a mesma táctica na sequência das desastrosas declarações de Ratisbona. Arquitectou uma visita a Bizâncio (peço desculpa, Istambul). Conseguiu melhorar as relações com a Igreja Ortodoxa local mas, em relação aos muçulmanos, ficamos pela romagem à Mesquita Azul...

À terceira, estampa-se...

Como dizia Goethe:
...Devemos pagar caro pelos nossos erros se quisermos ver-nos livres deles, e depois podemos até dizer que temos sorte...
in "Máximas e Reflexões"

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