A recessão e o oportunismo (2)

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E - Pá

RECESSÃO ou DEPRESSÃO?

Os dados fornecidos pelo INE sobre a evolução da economia portuguesa no 4º. trimestre de 2008, pecaram por tardios.
Se tivessem sido disponibilizados uns dias antes (uns poucos dias...), poderiam ter influenciado, positivamente, a qualidade da discussão na AR, sobre Economia.
Aproximam-se as eleições e as sessões regulares da AR, com o Governo, tornam-se autênticos torneios eleitorais...(ia escrever medievais!)

Continuamos a divergir - na evolução da economia - da média europeia (UE).
Um mau sinal!
Significa que a nossa recuperação económica vai ser lenta, demorada.
O alongamento do período de recessão pode conduzir-nos para uma profunda depressão.

Nesta eventualidade, os portugueses e as portuguesas que já "contam" com uma catástrofe económica, mas, poderão encontrar pela frente, simultaneamente, inquietantes convulsões sociais.
As convulsões sociais vão, com certeza, perturbar a convivência entre os portugueses.
Não haverá mais lugar para "chicanas políticas", diletantismos, na AR, ou em qualquer outro lugar.
De súbito, tudo se tornará sério, pesado, duro, quando não, grave.
E a situação explosiva.

Os partidos políticos têm de ter a noção que, no caso de importantes convulsões sociais, correm um sério risco de perder o controlo da situação.
O desemprego galopante é um rastilho suficiente para incendiar a sociedade.
Movimentos populares expontâneos, anarquicamente constituídos, por vezes violentos, surgirão, por todo o lado e, no terreno, vão substituir a acção dos partidos políticos.

Assim, os partidos terão de encontrar plataformas de actuação, entendimentos, planos, propostas, tréguas nas guerras do alecrim e da manjerona, que sejam convicentes para os cidadãos.
É "isso" que os cidadãos exigem aos políticos que elegem ou aos que exercem funções por nomeação. A todos!
Não estou a defender um governo de salvação nacional...
Não estamos no pós-25 de Abril...já temos tempo de sobra para ser uma democracia madura.

Estou a falar de honestidade, de trabalho árduo, de empenhamento, de contenção, de rigor, de humildade e de prudência, no tratar dos assuntos públicos e nas estratégias de desenvolvimento (públicas ou privadas).

Como deve ser numa República!

Comentários

cidadao do mundo disse…
Sendo viajante, não acompanho de perto as questões domésticas.No entanto, ouvindo o último debate,mete dó o ambiente em que se transformaram as idas do Governo ao Parlamento. Uma conclusão imediata: A oposição não merece o tempo e atenção que o Governo lhes faculta. Enjoou-me sobremaneira o histerismo do Sr. Rangel. Em compensação ouvi ontem na RR pelas 12 horas uma entrevista com O professor Augusto Mateus. Revisitei os tempos de discipulo deste mestre: Conciso no diagnóstico da crise, nacional e internacional, sábio, sereno e justo nas medidas de politica. Retive uma nota: A saída da crise passa pelo reforço da coesão social e solidariedade para com os desempregados e os mais frágeis. Passará seguramente pela redistribuição do magro rendimento nacional. Interrogo-me se os grupos menos afectados pela crise,funcionários públicos nomeadamente, militares etc.,alguns dos quais pouco ou nada fizeram no processo de desenvolvimento nacional, terão essa disponibilidade ? Um outro equivoco me assalta: Na actual fase, o interesse de classe ou grupo, substituiu-se à ideologia. Por isso não é dificil reunir 100.000 professores ou profissionais de saúde em torno do interesse individual, a convite do PCP. Fazendo uma leitura restrospectiva: Vivi o Prec em tudo o que teve de bom e menos bom. Retive uma lição. Quem fazia greve, eram meia dúzia de voluntaristas e quem beneficiava eram sempre os mesmos: Os que progrediram automáticamente sem avaliação. Utilizando um chavão: O paradigma da designada "luta de classes" mudou, gravitando agora em torno da "luta de interesses". O PCP ainda não percebeu isso? Não é dificil ver o PCP de braço-dado (e vice-versa) com o PSD, na procura do interesse imediato. Sr. CE, conhecerá bem um exemplo:Em Almeida quem aguenta o provincianismo e desgoverno económico e patrimonial da actual Camara é o PCP. Só a força do interesse o justifica. Leia-se o blog do Sr. Presidente Da Junta de Almeida, também professor, com tiradas eivadas da nostalgia de quem ainda pensa na restauração do império soviético e, ao mesmo tempo, em santa-aliança local com o PSD. Já se diz que o PCP de Lisboa não sabe disto.

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