Assobiar para o lado...

Como o Dr. Alberto João deve ter refreado as alucinantes obras públicas e as festivas inaugurações devido aos problemas orçamentais insulares e à crise internacional, como as actividades separatistas estão em stand by por falta de ânimo, como já demora o regabofe do Chão da Lagoa, a ilustre alimária deu em teorizador constitucionalista.

Para começar, vai propor a proibição do comunismo...
Uma proposta que encaixa com o perfil exótico-exibicionista (para não nos alargarmos…) do proponente.

Agora, a reacção oficial do PSD, através do seu vice-presidente Dr. Aguiar Branco é de bradar aos céus: “Julgo que isso se insere na questão da revisão constitucional. Esta legislatura vai ter um momento para se discutir a revisão constitucional. Nessa altura com certeza o PSD terá uma posição sobre a revisão constitucional”.

Pois é, senhor deputado, os partidos não fazem parte do dia a dia da democracia. Só existem nas revisões constitucionais. O senhor deputado não se senta, todos os dias, no mesmo hemiciclo ao lado (salvo seja!) de deputados comunistas. Mas só os vê de revisão em revisão constitucional…
Chama-se a isto chutar para canto.

Senhor Dr. Aguiar Branco: vivemos na UE onde, em todos os Países, existem partidos comunistas. O PCP teve um papel relevante na luta anti-fascista em Portugal, pertenceu a Governos pós 25 de Abril, é subscritor da Constituição em vigor… para não me alongar.

A verdade, Sr. Dr. Aguiar Branco, é que, neste momento, não é conveniente atacar Alberto João Jardim.
Manuela Ferreira Leite está em vésperas de partir para a Madeira para se estrear nas festividades (dionísicas?) do Chão da Lagoa.
Além disso, os escândalos institucionais na Madeira, nomeadamente na Assembleia Regional, passam sistematicamente ao lado do PSD e, acrescente-se, do Senhor Presidente da República.

Portanto, aquela história de ir para a televisão e, jurar a pés juntos que só vai falar verdade, é mais nem menos do que assobiar para o lado, a ver se pega ou se o assunto esquece.

Comentários

Baptista-Bastos chamou-lhe fascista grotesco.

O PR ficou muito chocado com o gesto de Manuel Pinho mas não tem conhecimento das diatribes fascistas do seu conselheiro de Estado.

A coragem é uma virtude que se cultiva com moderação no Poço de Boliqueime.

Jardim apoiou a ditadura fascista e Cavaco foi indiferente.
Unknown disse…
Alberto João Jardim quer rever a Constituição e proibir o comunismo em Portugal. O Presidente do Governo Regional da Madeira vai avançar na próxima semana, no Parlamento Regional, com a proposta de revisão onde se pode ler que a "democracia não deve tolerar comportamentos e ideologias totalitárias e autoritárias" dando dois exemplos: o fascismo e o comunismo.

Nota: Alberto João Jardim nesta matéria tem toda a razão.
e-pá! disse…
Luís Miguel:

Alberto João Jardim antes de avançar com propostas de exclusão e processos obstinados de proselitismo, sobre organizações políticas que parece não entender, pior, confundir, deveria olhar-se ao espelho e ver a imagem que lhe é devolvida.
Se fosse um homem lúcido e esclarecido veria a sombra tutelar do Dr. Agostinho Cardoso, expoente da UN na Madeira e, como pano de fundo, o falecido D. Francisco Santana, bispo do Funchal que, no periodo pós 25 de Abril, o colocou debaixo do pálio do Poder - donde ainda não saiu.

Não legisla quem quer, mas quem pode e, antes disso, quem sabe.

Nota: Jardim quer, não pode e, provavelmente, não saberá.
Unknown disse…
Caro e-pá:
Penso que será secundário nesta questão relevar-se o "quem diz" em vez "do que se diz". AJJ só por si não alterará nada nem tem competência para o fazer. Relativamente aos regimes em causa (e penso que isto é o mais importante a reter) teremos que, grosso modo, igualitar fascismo e comunismo que em boa verdade se assemelham embora em pólos opostos. Ambos os regimes provocaram ao longo da história atrocidades inesquecíveis. E regimes totalitários como é o caso de ambos devem ser erradicados de uma sociedade que se pretende livre, justa e democrática. Que não é o que temos, claro. Além disso no nosso próprio País há diversos exemplos que demonstram bem o que é que ambas as tendências podem fazer chegando ao poder.

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