ICAR sob fogo. Bento 16 comprometido

New York Times’

Psiquiatra de padre pedófilo afirma que alertou Igreja sobre trabalho do religioso com crianças.

A arquidiocese alemã dirigida pelo então cardeal Joseph Ratzinger nos anos 1980 ignorou repetidos alertas de um psiquiatra responsável por tratar de um padre acusado de abusar sexualmente de meninos, informa reportagem desta sexta-feira do jornal “New York Times”.

Segundo o doutor Werner Huth, ele avisou a Igreja que o reverendo Peter Hullermann não deveria ser mantido em trabalhos com crianças. Sob autorização do futuro Papa Bento XVI, o padre havia sido transferido para Munique para passar por tratamento psicológico.

- Eu disse ‘pelo amor de Deus, ele precisa desesperadamente ser mantido longe de trabalhos com crianças’ – disse o psiquiatra ao jornal. – Eu fiquei muito triste com toda essa história.

Comentários

e-pá! disse…
Muita sorte tem o papa em viver no Vaticano, Estado que é sustentado por uma obsoleta e dogmática teocracia unipessoal, apoiada numa Cúria domesticada, reverencial e obrigada, segmentada em diversas Congregações onde, como é óbvio, não existem "outros poderes visíveis", como p. exº, uma câmara parlamentar...

Caso contrário, teria à perna uma comissão de ética, seguida de uma comissão de inquérito, para investigar se - quando exerceu funções como arcebispo de Munique - podia (ou não) deixar de ter conhecimento do percurso do clérigo pedófilo, que deu acolhimento, apoio psicológico e terapêutico. Teria de esclarecer quem ordenou, na sequência de uma incontornável atitude de encobrimento, a sua colocação (esconderijo?) numa paróquia do norte da Baviera, na década de 80... até hoje?

Bem. A ocultação do clérigo pedófilo - denominado por "abade H." - foi, prontamente, endossada ao vigário geral da diocese ... sem que o então titular da diocese tivesse conhecimento!

O problema do impacto público e mediático desta comprometedora atitude - do então arcebispo Ratzinger - foi, liminarmente, resolvida, pelo seu porta-voz - o clérigo jesuíta Federico Lombardi - numa declaração pessoal na Rádio Vaticano (da qual é por inerência director), nos seguintes e taxativos termos:
"É mais que evidente que nos últimos dias alguns buscaram - com certo rancor em Ratisbona e Munique - elementos para envolver pessoalmente o Santo Padre nas questões dos abusos sexuais, mas está claro que os esforços fracassaram"...

E, ponto final na questão.
Este será mais um dos "mistérios" que, em questões delicadas, a ICAR é useira e vezeira...

E quando não pode socorrer-se da Rádio Vaticano, ou de "bodes expiatórios" seus subordinados, elabora "cartas pastorais" ou "epístolas" - antecipadamente anunciadas e milimetricamente geridas nos timings de publicitação - hoje, aos irlandeses, amanhã, aos bávaros e por aí adiante...

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