Grécia: "fechar a loja"...


O ministro das Finanças grego, Yorgos Papaconstantínu, reafirmou hoje que o país declarará a bancarrota se não receber uma quinta tranche de ajuda externa no valor de 12 mil milhões de euros até 26 de junho.
"A verdade é muito difícil e se não recebermos o dinheiro até 26 de junho, seremos obrigados a fechar a loja e a declarar a impossibilidade de pagar as nossas obrigações…” link

Um sério aviso para Portugal e para a Irlanda.

O memorando assinado pelo PS, PSD e CDS com a troika (UE, BCE e FMI) não constitui per si garantia de sucesso, mesmo que se cumpram as medidas aí inscritas. O “resgate” de um País é sempre uma operação complexa. Está para além de medidas económicas e financeiras, i. e., não se resolve atirando dinheiro para cima dos problemas. A questão social, intimamente ligada à economia é determinante. O desenvolvimento (o crescimento económico) não se decreta, nem se improvisa. Por outro lado, as especificidades culturais dos povos envolvidos nestes graves problemas influenciam, primeiro, as perspectivas de futuro e, depois, a capacidade de adaptação às novas realidades.

Politicamente, o “caso grego”, mostra aos países da UE que as “soluções únicas”, grande parte das vezes, não são mais do que arranjos tácticos de ocasião. Tornou-se evidente que as operações de resgate (bailout) têm sido o permanente claudicar perante a voragem dos insaciáveis mercados, que ninguém consegue controlar, nem sequer "acalmar". A perspectiva de uma renegociação (reestruturação) da dívida soberana grega, sempre recusada pela UE (um tabu), tornou-se inevitável, diria mesmo, eminente.

As “soluções únicas” começam a derrocar e estão a ceder a oportunidade ao realismo como, na edição de hoje, o New York Times sintetiza para discussão (room for debate). link

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