Dissonâncias e desentendimentos acerca de extorsões…

25.10. 2011: Passos Coelho: Corte geral dos subsídios deixaria Portugal sem ajuda externa em Novembro… link;

16.11.2011: Comunicado da ‘troika' defende que "os salários do sector privado deverão seguir o exemplo do sector público". link
O Governo entrou em atabalhoado descontrolo e saltam as contradições. Tão preocupado em ser visto com um “bom aluno” entra em desvario e envereda pela senda de tentar iludir e manipular os portugueses. Para isso socorre-se da ameaça. Este tem sido o traço visível do seu comportamento na discussão do OE 2012.

Mas voltemos aos incidentes acerca dos subsídios & extorsões.

Quando Passos Coelho em Outubro refere que a alternativa de criar um imposto extraordinário sobre os subsídios “não era algo que o Governo pudesse aceitar”, visto que “dificilmente seria considerado um exercício credível lá fora” está pura e simplesmente a fazer dois exercícios de bacoca prestigiação política:

1.) Tentar colocar os cortes de subsídios na função pública, aposentados e pensionistas previstos no projecto de OE 2012 como uma medida do lado da despesa quando é um “imposto extraordinário”, logo, do lado da receita;

2.) Manter os portugueses sob uma permanente ameaça de bancarrota (dramatizando a possibilidade da suspensão abrupta da “ajuda externa”) a fim de que as decisões governamentais apareçam à luz do dia como “incontestáveis”, “irrevogáveis”, “sem alternativas”, etc.

Públicas dissonâncias e desentendimentos entre o Governo e a Troika (está em causa a aplicação de um denominado “Memorando de Entendimento”) são preocupantes e não auguram nada de bom no assumido desígnio “resgatar” o País da crise orçamental, financeira e económica, mas o insuportável é o exercício de uma vil chantagem sobre os portugueses apresentando as opções políticas do Executivo como dogmas, sob pena da “bancarrota”…

Apostila: A detecção destas dissonâncias e desentendimentos entre o Governo e a Troika pretende mostrar insuficiências e descontrolo da governação não significando, como é óbvio, qualquer apoio a soluções de resgate que passem pelo “empobrecimento dos portugueses” (redução da massa salarial do sector públicos e/ou privado). E, já agora, dos pensionistas e aposentados.

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