Paolo Gabriele, Tedeschi e Ámen…

Um mês após a prisão do mordomo pessoal de Bento XVI e da sua detenção nas celas do Vaticano – acusado de ser o ‘corvo’ (responsável pelas incómodas 'filtrações' e, ainda, de conspirar contra o papa - não surgiu qualquer luz sobre o caso que parece alongar-se em direcção 'à eternidade', como é usual nestes processos com grandes doses de misticismo à mistura. 
Paolo Gabriele permanece incomunicável e o sepulcral secretismo que rodeia todas as diligências assemelha-se, podemos dizê-lo, a um véu negro que tudo envolve na mais profunda obscuridade e atinge todos - desde o simples mordomo até ao influente ‘banqueiro de deus’, Ettore Gotti Tedeschi, membro da Opus Dei e amigo pessoal de Bento XVI, sumariamente demitido pelo secretário de Estado cardeal Tarcisio Bertone.

Ontem, o papa que aparentemente se manteve alheado (ou foi colocado fora) dos problemas, resolveu descer à Terra e imiscuir-se directamente nos venais assuntos que inquinam o Vaticano tendo recebido (convocado?) em audiência privada cinco (5) cardeais: George Pell (Arcebispo de Sidney); Marc Ouellet (Prefeito da Congregação para os Bispos), Jean-Louis Tauran (Presidente do Pontíficio Conselho para o Diálogo Interreligioso); Camillo Ruini (Vigário Geral emérito para a Diocese de Roma), Jozef Tomko (Prefeito emérito da Congregação para a Evangelização dos Povos).

O motivo oficial desta ‘reunião’ informal : “Em razão da força da grande e variada experiência dos senhores cardeais a serviço da Igreja, não somente no âmbito romano mas também internacional, o Papa resolveu encontrá-los ainda neste sábado, para uma troca de considerações e sugestões para contribuir a reestabelecer o tão desejado clima de serenidade e de confiança no que tange os trabalhos da Cúria Romana.link

O grande ausente: o cardeal Bertone. Exactamente o centro de toda a polémica e um homem que, indiferente aos acontecimentos, continua a exercer as suas funções até que um próximo episódio que esclareça a amplitude do problema que, como sabemos, passa por iniludíveis e dramáticas questões: desde a 'limpeza' das contas do Instituto de Obras Religiosas (IOR/Banco do Vaticano) até à sucessão na chefia dos católicos, onde cada vez mais o ‘Espírito Santo’ joga um papel secundário.

Assim vai a ICAR

Comentários

Julio disse…
Vamos ser otimistas e antever um futuro mundo sem a dita ICAR.
Abaixo a ICAR e as suas Concordatas!

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