Homenagem a Miguel Torga - 105.º aniversário do seu nascimento



Súplica


Agora que o silêncio é um mar sem ondas,
E que nele posso navegar sem rumo,
Não respondas
Às urgentes perguntas
Que te fiz.
Deixa-me ser feliz
Assim,
Já tão longe de ti como de mim.
Perde-se a vida a desejá-la tanto.
Só soubemos sofrer, enquanto
O nosso amor
Durou.
Mas o tempo passou,
Há calmaria...
Não perturbes a paz que me foi dada.
Ouvir de novo a tua voz seria
Matar a sede com água salgada.

Miguel Torga


PONTE EUROPA - Miguel Torga foi um dos mais insignes escritores do século XX. Foi grande demais para caber em Coimbra e excessivamente individualista para ocupar o palco que o seu talento merecia.

O 105.º aniversário do seu nascimento é um excelente pretexto para divulgar a obra deste autor singular que escreveu teatro, foi tradutor e atingiu na poesia e na ficção o apogeu da arte.

Amou a liberdade como poucos e, por isso, foi preso, como muitos, pela mesquinha ditadura que oprimiu Portugal.

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