Momento Zen de segunda_14_01_2012. Salazar, Soares e Passos Coelho


João César das Neves (JCN) costuma debitar mais tolices sobre religião do que sobre a política, talvez porque a fé que o corrói o leve a sustentar todas as posições de todos os Papas e bispos por mais antagónicas e inverosímeis que sejam entre si.

O beato não é um comentador, é a criatura que pensa de joelhos e com as mãos postas, que exonera o pensamento e a lógica da reflexão, que é alheio ao ridículo nas opiniões que emite, com um único objetivo – a salvação da alma.

Hoje, a homilia no DN foi sobre política e, quando esperava um texto com um mínimo de senso, o escriba falou de política como quem fala sobre os dogmas de Pio IX, com a inabalável convicção nas asneiras que diz.

Deixo aos leitores a prosa demencial do ex-assessor de Cavaco, quando este foi PM, a incensar Passos Coelho com a mesma fé com que acredita nos milagres de Fátima.

«A coragem é uma virtude paradoxal.  (…) Na história recente de Portugal, apenas dois outros governantes se viram em situações parecidas e tiveram atitude semelhante: António Salazar em 1928 e Mário Soares em 1983. Estes são dois dos mais insultados e bem-sucedidos políticos da história de Portugal. O que mostra que o País é muito mais sensato do que os comentadores».

Comparar o sinistro ditador com dois primeiros-ministros eleitos é um manifesto ultraje à democracia. E comparar um político experiente e bem sucedido com um ignorante que nos arrasta para o caos é uma tolice colossal que, na gíria da sua fé, é um pecado mortal.

Comentários

Mensagens populares deste blogue

Divagando sobre barretes e 'experiências'…

26 de agosto – efemérides