O feitiço virou-se contra a ‘feiticeira’

Angela Merkelcavou’ (tentou aprofundar) um perigoso fosso entre os povos europeus, nomeadamente, quando apareceu na ribalta a condenar e a exorcizar atitudes perdulárias e despesistas dos insolentes povos do Sul (da Europa).
Não quis compreender as assimetrias de desenvolvimento (uma palavra banida do discurso político) ditadas por questões políticas estratégicas e fiscais e, concomitantemente, não conseguiu valorizar os custos de uma ampla integração europeia (antes perverteu-os). Para a chanceler alemã, a coesão no espaço europeu tornou-se um conceito espúrio que – em última análise - não significa mais do que a eventual extorsão do contribuinte alemão. Esta a dimensão e a escolha política dominante em Berlim.

Certo, que a difícil situação vivida na Europa, com especial relevo na Zona Euro, deve-se a erros políticos regionais e/ou nacionais, que se arrastaram por muito tempo, e tiveram reflexos na sustentabilidade dos Estados. Tiveram origem em descontrolos orçamentais e, consequentemente, endividamentos excessivos que é necessário corrigir. Esta a realidade. Mas a par das necessárias e adequadas correcções para se obterem equilíbrios orçamentais, os povos – vivam em Regiões, Estados, Federações ou Uniões - necessitam de algo mais do que 'resgates' sob a vergasta da austeridade e o labéu do empobrecimento abrupto. São necessários colocar no terreno e na política mecanismos integradores, entre eles, instrumentos de solidariedade económica, social e fiscal. Um cenário que Berlim nem quer ouvir falar.

A saga da chanceler Merkel que tomou como imperativa missão a instituição de uma férrea disciplina fiscal tendo por base severas e recessivas medidas de austeridade em todo o espaço do euro, virou-se ‘intramuros’ contra a própria (promotora). link

O problema das transferências financeiras entre os diferentes Länders na Federação alemã entrou na ordem do dia, sendo motivo de uma queixa ao Tribunal Constitucional, visando a alteração do modelo distributivo em vigor. Este ‘movimento de secessão fiscal’ vai acabar por contaminar a campanha eleitoral e fustigar a ‘unidade alemã’ tão celebrada após a queda do muro de Berlim.

Curiosidade: o posicionamento da solidariedade, está na RF Alemã, ‘invertido’ em relação ao conjunto europeu. Lá, é o Sul próspero (Baviera, Baden-Wurttem berg e Hesse) predominantemente católicos, onde se acantona a vanguarda industrial e tecnológica alemã que aparece a questionar, em nome de uma pretensa justiça distributiva, o Norte, protestante (luterano), puritano e 'trabalhador', com um PIB per capita inferior em 20 a 30% (em relação aos 3 länder do sul).
Mas, mesmo na Alemanha, este quadro tem nuances. O Estado de Baden- Württemberg, dirigido desde 2011 por uma coligação dos Verdes (Die Grünen), divorciou-se destas reivindicações empoladas pelos dirigentes bávaros, dominados pela CSU (democratas-cristãos). Mais uma evidência de como estas questões são estreitamente influenciadas pelas ideologias políticas e não por hipócritas ‘protestos de procedimentos equitativos na distribuição da riqueza’, que andam na boca de muitos políticos (nas campanhas eleitorais).
Todavia, o mais caricato deste perturbador quadro político é que o feitiço parece ter-se virado contra a ‘feiticeira’.

Comentários

Manuel Galvão disse…
Tudo começou com os famigerados fundos estruturais, dádivas a fundo perdido que a altruista alemanha dava aos povos miseráveis do sul, em troca de estes destruirem os seus meios de produção e aceitarem fazer tapetes rolantes para mais tarde os camiões alemães transportarem as suas mercadorias mais barato...

Algém viu uma máquina de terraplanagem de fabrico checo ou de fabrico norte-americano a trabalhar na construção das autoestradas cavaquístas? não! eram alemãs (poucas francesas). Idem para as betoneira (do Amaral). "Um milhão de contos por dia!" alardeava Cavaco como se o dinheiro fosse dele!

Os países do norte garantiram primeiro que os mercados de sua exportação estavam livres. Só depois avançaram para o altruista projeto europeu.
Anonymous disse…

Eu nunca soube que vou escrever esse testemunho algum dia, mas meu coração está tão cheio de alegria que decidi compartilhá-lo. Sou advogado e moro em Vilnius e tenho 30 anos. Eu namoro meu namorado desde que eu tinha 20 anos, nosso relacionamento sempre foi maravilhoso. Meus pais realmente gostaram dele e continuam esperando que nos casemos um dia, porque o relacionamento faz tanto tempo. Recentemente, comecei a observar que, sempre que abordar a questão do casamento, ele simplesmente se anima e diz que não está pronto, apesar do fato de estarmos juntos há dez anos, meu namorado tinha um emprego muito bom, então o dinheiro não era ' o problema e ele tinha 35 anos. Quando eu pergunto por que ele não quer se casar, ele continua dizendo que não está pronto para isso agora, que se eu encontrar alguém que esteja pronto, eu devo me casar com ele, suas palavras realmente me quebraram, eu fiquei em lágrimas por dias em casa. Então, um dia, me deparei com o Dr. Ajayi, e contei meu problema a ele, ele me disse que alguém amaldiçoou meu namorado a não se casar comigo. O Dr. Ajayi me disse o que eu faria, ele disse que faria alguns feitiços e depois de alguns dias ficarei surpreso. Eu fiz todas as coisas necessárias que ele me pediu para fazer. Poucos dias depois, para minha maior surpresa, meu namorado me pediu em uma festa surpresa. No dia seguinte, fizemos um casamento no tribunal com apenas nossos pais e amigos presentes, eu estava tão cheio de lágrimas e meu coração estava tão alegre. Graças ao Dr. Ajayi. Eu recomendo o Dr. Ajayi para você para qualquer tipo de feitiço que desejar, entre em contato com o número dele no Viber ou no WhatsApp: +2347084887094 ou no e-mail: drajayi1990@gmail.com

Mensagens populares deste blogue

Divagando sobre barretes e 'experiências'…

26 de agosto – efemérides