Quando o mar bate na rocha…



As marés de revolta que percorrem o País rebentaram, até agora, nas ruas e praças, mas as ondas do desespero acabam por cavar uma vaga profunda de insurreições.

A exigência de recibos aos contribuintes, com ameaças de Gaspar, perderam-se entre o ridículo e a revolta; as conferências de ministros analfabetos são substituídas por coros que cantam a Grândola; o milhão de desempregados entra em desespero e um milhão e meio sai para a rua em gigantescas manifestações de repúdio.

Em Belém, o homem precocemente surdo, depois de tanto gritar contra o Governo que precedeu o que desejou, e tem, aparece no Faceboock, à sorrelfa, a debitar trivialidades.

Um secretário de Estado desautoriza o ministro das Finanças e mantém-se no cargo sem que se saiba quem o colocou e quem tem poder para o tirar. O ministro anunciou o TGV e o ajudante de ministro veio logo dizer que o TGV estava morto e enterrado.

Isto não é um Governo, é um cadáver putrefacto que as mais elementares medidas de higiene pública recomendam inumar ou incinerar. O coveiro encartado não passa de um gato-pingado que espera o archote para acompanhar o enterro. No lúgubre futuro que os espera, poupava-se na liturgia e nos encargos com um funeral coletivo.

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