As religiões, os crentes e os anacronismos


Sou contra todas as crenças sem deixar de respeitar os crentes. Abomino a violência e as verdades absolutas, compreendendo quem acredita porque se habituou desde criança.

Dos três monoteísmos aprecio o judaísmo por não querer converter ninguém. Querem o Paraíso só para eles e, nisso, têm uma enorme superioridade sobre os outros dois. Pena é que também queiram a faixa de Gaza e não abdiquem do sionismo, essa demência que o mito bíblico estimula. Nesse ponto é o mais detestável.

As três religiões do livro, abraâmicas, foram criadas pelos homens na Idade do Bronze. Não admira que o Deus comum tenha todos os defeitos dos homens de então: vingança, crueldade, misoginia, violência, homofobia, com o carácter tribal e patriarcal hebraico.

Há judeus que são árabes conversos e islamitas que não passam de judeus islamizados. As etnias provêm mais das circunstâncias políticas e administrativas do que do ADN e nada é tão facilmente absorvido nem tão visceralmente como uma crença.

O cristianismo foi uma cisão do judaísmo em cujo ódio se expandiu até passar a religião pelo imperador Constantino, que usou a seita para alicerçar o Império. O antissemitismo foi o cimento interno da nova religião.

Só faltava a cópia grosseira desta última, ditada entre Medina e Meca pelo anjo Gabriel, durante 20 anos – Maomé era analfabeto – para surgir o mais primário e implacável dos monoteísmos. Esta ideologia rudimentar, que o terror e a vocação belicista alimentam, é a mais difícil de reformar.

Nesta segunda-feira, passou a ser proibida a coeducação a partir dos 9 anos e os homens ficaram proibidos de lecionar em escolas femininas. O processo de islamização avança. Os direitos das mulheres são postergados. É vontade de Alá e de Maomé, o seu profeta.

Na faixa de Gaza. Raios os partam.


Comentários

Maquiavel disse…
É vontade de meia dúzia de fanáticos que se apoiam no livro sagrado para se justificar.
Tal como os fanáticos cristäos se apoiaram para justificar Cruzadas e Inquisiçäo.

Durante a Idade Média (ou das Trevas) do mundo cristäo os maiores avanços científicos e humanos foram feitos por sequazes do "mais primário e implacável dos monoteísmos". Como? Porque os seus líderes espirituais eram bem mais liberais que os de agora. Estes säo täo primários e implacáveis como os papas de antanho (e daí, o Pio 12 "Papa dos Nazis" foi no século passado).

Na Europa (ainda) näo, mas nos EUA há muita seita fanática cristä a que apoia esta medida de separaçäo lectiva.
Porque é que o islamismo é, entäo, pintado como diferente do cristianismo? Ah, já sei, porque näo é "nosso". Os "nossos" filhos da puta podem-no ser à vontadinha, porque säo "nossos".

Os 3 livros sagrados säo todos iguais, anacrónicos por igual, e os fanáticos de qualquer dos monoteísmos säo também iguais. Näo se lhes pode, por isso, dar poder político.

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