O aumento do horário na Função Pública

Gostava de saber o impacto da medida na economia nacional. Se não foi a melhoria do serviço público e o mais fácil acesso da população às repartições, a maior celeridade na resolução dos problemas dos utentes e um benefício claro para os portugueses, trata-se de mais uma prepotência da direita e de um ato de vingança de quem trouxe os traumas pessoais para as decisões políticas contra os servidores da Função Pública.

Há medidas cujo alcance é facilmente compreensível e outras, como esta, cuja obsessão parece residir em sentimentos persecutórios de quem diz defender a família e, no fundo, apenas pretende amputar o tempo de convívio entre os seus membros.

Perante a esquizofrenia legislativa de quem parece mover-se pela obstinada vingança a tudo o que lembre o 25 de Abril, uma paranoia contra os direitos de quem trabalha, uma vindicta contra a democracia e um ódio turvo à Constituição, cabe a todos os cidadãos a resposta a esta deriva totalitária metodicamente executada pelas forças que tomaram os partidos da direita, primeiro, e o Governo, depois.

Basta.

Comentários

Bmonteiro disse…
Esta treta, é semelhante à da redução de feriados, no início desta legislatura exemplar.
Terei visto há pouco numa TV: um 'deputado' da situação, a declamar pela 'sustentabilidade' da Administração Pública.
Para quando, um trabalho sobre a sustentabilidade da Assembleia desta Nacional?
Nada a fazer...
Agostinho disse…
A Função Pública é um monstro?
Quem pôs fermento na Administração Pública?
Quem andou trinta anos a fazer a doutrinação do povo contra os funcionários e a Administração?
Quem fez estudos e propostas de reforma do Estado e com que objectivo?
Que competência, experiência e honestidade têm os decisores de ontem e de hoje?
Quem encheu a barriga à custa do Orçamento do Estado?
Alguém responde?

Agostinho disse…
Este comentário foi removido pelo autor.
e-pá! disse…
"Gostava de saber o impacto da medida na economia nacional"...
Parece fácil determinar esse impacto.
O aumento do regime horário da FP associada às medidas de 'requalificação' (de ninguém sabe ao certo o seu volume e a sua selectividade) é mais uma medida recessiva já que desvalorizando o preço/hora de trabalho repercute-se na capacidade destes funcionários 'animarem' a Economia, nomeadamente, o chamado mercado interno. Perante a avalanche de incertezas que paira sobre a FP a reacção - sem qualquer espécie de dúvidas - será a retracção do consumo, com todas as suas consequências.
E este facto mostra como a política deste Governo assenta sobre um conjunto de mentiras. Ontem no Parlamento votam-se com o suporte exclusivo da Direita medidas altamente lesivas para os FP e hoje aparece Passos Coelho a anunciar um novo ciclo (dito de crescimento e investimento).
De facto, a maioria aparentemente coesa (necessidades de sobrevivência) é terrivelmente incoerente no campo político e económico. E os resultados vão derrotar as veleidades retóricas que, hoje, inundaram o Parlamento. Provavelmente mais cedo do que o esperado (e ainda não anunciado).

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