Paulo Portas remodela Governo

A remodelação do Governo feita por Portas, que não sabe o que é a fidelidade à palavra dada, e imposta a Passos Coelho que desconhece o significado da palavra «irrevogável», só podia ser aceite por quem hesita em chamar «cidadões» ou «cidadães» aos cidadãos que têm da cidadania o entendimento que tinha do livre-arbítrio o asno de Buridan.

A ética foi exonerada da política, a racionalidade das decisões e o amor-próprio da vida quotidiana.. Há quem viva como deve e quem vive como quer. Cavaco vive como pode, para salvar o pecúlio amealhado numa vida de trabalho e de condescendência de amigos a contas com a justiça.

O País, exangue, tolhido pelo medo, preso à arreata da chantagem, não resistiu quando devia e prefere as lágrimas à revolta, a humilhação à dignidade e a adulação ao civismo.

O abulia que corrói a dignidade conduz Portugal ao silêncio, com os portugueses a não saberem morder e, com o tempo, a esquecerem-se de ladrar.

Depois da traição e maquiavelismo de Paulo Portas, com o partido zangado e aflito com a perda de empregos, o crime compensou. Portas foi chamado a remodelar o Governo, a tutelar a economia, a reduzir Passos Coelho à sua insignificância e a humilhar o PR.

Cavaco Silva, para fingir que não é um simples amanuense pode ter combinado aceitar a remodelação de Paulo Portas, com controlo efetivo do Governo, mas com o pseudónimo de ministro de Estado em vez de vice-primeiro-ministro.

As vuvuzelas já estão preparadas para o ruído sobre o alcance do título, que desautoriza ainda mais o alegado PM e camufla a natureza do PR.

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