A Humanidade a caminho do fim?

Quando deixaram de fazer sentido as profecias do fim do mundo, que infundiam o terror e a fé, numa hábil manipulação religiosa, os factos converteram em certeza a chantagem que então despertava terrores noturnos nas crianças e submissão pia nos adultos.

A bomba demográfica explodiu num planeta que tem limites físicos à sua capacidade de regeneração e se encontra já sob stress. É impossível alimentar a população atual cuja estabilização não é previsível. Faltam, a largas camadas, água, alimentos e a satisfação das mais elementares necessidades básicas.

A fé na capacidade ilimitada na ciência assemelha-se à que, desde sempre, vigorou para a Providência divina. É absolutamente irracional. Nem os acidentes nucleares, como a fuga de água radioativa em Fukushima, nem as catástrofes naturais parecem interessar já as pessoas. A aflição pela sobrevivência amolece a nossa capacidade de vigilância e embota o espírito crítico.

A democracia, os direitos humanos e as liberdades sucumbem sob os escombros de um mundo desregulado e à beira da catástrofe. Os velhos demónios totalitários acordam sob a capa de antigas mitologias transformadas em ideologia.

Os países ricos e civilizados não foram capazes de prever e, muito menos, de conter os demónios que se ocultavam por entre a brisa que parecia soprar nas insurreições árabes, apressadamente designadas de primaveras. Hoje temos o Egito a ferro a fogo, a Síria a gás e a Turquia, por comodidade, catalogada de país islâmico moderado, como se o seu primeiro-ministro Erdogan não tivesse sido o aliado incondicional da deriva demencial do ex-presidente egípcio, Morsi, e do seu braço prosélito, a Irmandade Muçulmana.

No desespero do falhanço da civilização árabe emerge o fascismo islâmico a contaminar a Turquia, o Irão e franjas apreciáveis da população caucasiana da Europa e dos EUA. As primeiras vítimas são os próprios crentes fanatizados nas madraças e mesquitas mas a tragédia da intolerância e do ódio alastra como combustível da instabilidade mundial.

Os dirigentes mundiais parecem estar à espera de um milagre como se o céu pudesse ter resposta para as desgraças que temos de enfrentar.

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