Vem aí a chuva

Anuncia-se chuva para os próximos dias. A ela incumbirá levar a terra que resta nas serras áridas onde a vegetação incandescente consumiu seis bombeiros, quase 100 mil hectares de flora, e dizimou os animais selvagens que a povoavam com outros que eram o sustento de famílias.

Os coelhos começaram a morrer primeiro, vítimas de uma doença que os vai dizimando e de que não se ouve falar. As perdizes foram apanhadas por entre labaredas, cansadas, a correr para a fogueira. Os químicos invadem o chão cada vez mais árido e o oxigénio que esperávamos da floresta perdeu-se na impossibilidade da fotossíntese e aumenta o dióxido de carbono.

Nas aldeias, gente sofrida, olhava para o céu e dele não veio ajuda. As novenas ainda não começaram mas, com ou sem elas, a chuva virá. Só os campos ficam vazios, como vazias ficam as pessoas a remoer a sorte, desanimadas, em sítios perigosos onde perdem o sustento e a vontade de viver.

Não há bombeiros que cheguem para tanto incêndio. A nossa incúria é pior do que a inclemência do tempo e o desvario dos pirómanos.

Comentários

Bmonteiro disse…
A nossa incúria, esteve principalmente presente na forma como deixámos crescer o parasitismo do bloco central.
Com alguma conivência da oposição, que teima em forjar biografias com fotografias manipuladas.
Em Lisboa e Coimbra, virão em breve as chuvas com as sargetas por desentupir.
Nem isto, quanto mais a floresta.
Carpe Diem.
Bmonteiro disse…
A nossa incúria, esteve principalmente presente na forma como deixámos crescer o parasitismo do bloco central.
Com alguma conivência da oposição, que teima em forjar biografias com fotografias manipuladas.
Em Lisboa e Coimbra, virão em breve as chuvas com as sargetas por desentupir.
Nem isto, quanto mais a floresta.
Carpe Diem.
Agostinho disse…
“Vem aí chuva” e é da grossa!
Do céu cairá alguma. Como sempre aconteceu, lava e mata a sede da terra e das gentes. E é uma bênção para Portugal transformado, por estes dias, num braseiro. Venha então uma chuvinha para descanso dos bombeiros.
Aqui, dá para recordar, outra vez, o sr. Augusto, emigrante na Alemanha nos anos 60 do século XX, bom trabalhador, olho vivo, um regalo para o patrão, e senhor de fino humor.
O alemão a adivinhar então como a carroça era dirigida, por fraco condutor: “então vocês lá em Portugal não se organizam?”
O Augusto respondia: “fé, herr Fritz, há muita fé!
Ou seja, não havendo planeamento, organização, o céu resolvia os assuntos “difíceis”. E hoje: haja fé!

O problema é a tempestade que já se anuncia, próxima: a troica já tem a viagem marcada para Lisboa. Antes das eleições!!! Haverá raios e trovões? Suspende-se tudo, eleições, a maldita constituição e a democracia? Só por tempo indeterminado, pedirá o iluminado. Ou vêm de mansinho agora e guardam o dilúvio lá mais para o inverno?

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