O PSD e António Capucho

Ninguém pensa fazer de António d’Orey Capucho um mártir ou um suicida partidário. António Capucho é um conservador civilizado que não se revê no bando que tomou o PSD e cuja companhia lhe provoca brotoeja. É expulso hoje e será reabilitado amanhã.

A sua expulsão é, sob o ponto de vista jurídico, inatacável. Calvão da Silva, professor em Coimbra, reacionário saído da incubadora do defunto PM Mota Pinto, sabe que a jurisprudência partidária não é imparcial, serve a luta de cliques sob o manto diáfano dos estatutos. E não prescindiu do seu momento de glória expulsando António Capucho.

O que perturba este PSD e pode abalar as ambições de Calvão da Silva, desconhecido para lá da Ponte Europa ou da de Santa Clara, é o ajuste de contas contra a vulgaridade dos próceres que tomaram o partido e que levaram a cabo a política de terra queimada, fazendo de Portugal um laboratório do ultraliberalismo em democracia.

Quando a inteligência do partido voltar, pela urgência de limpar as nódoas do presente, Capucho será um dos heróis que servirá de benzina, uma estrela que brilhará no buraco negro que Passos, Relvas e Marco António cavaram através dos perfis falsos e intrigas que levaram ao poder o pior elenco partidário de sempre dispondo de um árbitro de que o país está farto.

A expulsão de Capucho faz parte da necessidade de criar uma reserva ecológica que salve o PSD da vergonha e permita a reabilitação.  

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