Eleições europeias e rescaldos do Congresso do PSD

Em poucos dias começam a tornar-se mais nítidas e explícitas algumas das manobras de bastidor tecidas no último Congresso do PSD.
O encenado ‘regabofe mediático’ não conseguiu esconder a ´realidade plausível' que a girou à volta de avaliações de coeficientes de 'penetração popular’, de índices relativos ao ‘peso específico’ no aparelho, a incontornáveis questões clientelares, a 'influência empresarial' e, finalmente, a alienação das 'sobras'. Na verdade uma 'miscelânea' difícil de conciliar.
O horror à sobras levou a que parte do Congresso fosse colonizada pelas romagens de ex-dirigentes que apareceram a fazer ‘prova de vida’.
Mas o fundamental gravitou à volta de ‘questões clientelares’ e, para estes, o congresso oscilou entra a ‘boda’ e o 'exílio'. 
Passos Coelho esfalfou-se por tentar encontrar equilíbrios e distribuir ‘prémios’ em consonância com o pulsar partidário. Nunca o País, aquilo que a direita gosta de apresentar como o 'interesse nacional', esteve tão ausente. Endereçou alguns dessas 'recompensas' aos seus mais dilectos ‘promotores’ e ao mesmo tempo experimentava vender exílios dourados (a exemplo dos ‘vistos golden’).
 
Assim:
Miguel Relvas, suporte da ascensão partidária de Passos Coelho e estratego da ida ao pote, vítima de uma escabrosa prestação cívica e governativa, que o condenou a uma travessia do deserto, é repescado para encabeçar o Conselho Nacional do PSD, ainda sem a poeira assentar, i. e., ainda abafado pelo ‘barulho da luzes’.
Depois, foi a tentativa de despachar Alberto João Jardim para Bruxelas e Estrasburgo link que serviria para mandar para longe uma voz cada vez mais incómoda e evitar sobressaltos da convivência partidária e institucional com um dirigente ‘despesista’. Faria parte do mesmo 'embrulho' que Teresa Leal Coelho - uma deputada que ousou quebrar a disciplina partidária (na questão da co-adopção) - vai entrar numa espécie de ‘quarentena’. 
Como esta estratégia só em parte funcionou, Passos Coelho, virou-se novamente para os 'prémios'.
Fernando Ruas, seu mandatário nacional nas últimas legislativas e um influente quadro da política autárquica, que passou a presidir à Mesa do Congresso do PSD, vai ‘estagiar’ para o PE. De certo modo, a frente partidária da falhada 'reforma autárquica' é repartida e trucidada. Um vai para o Conselho Nacional, outro é exilado.
A lufa-lufa distributiva de prebendas não estará encerrada…
Esperemos que o conselheiro nacional Relvas não seja um próximo ‘candidato’ a comissário europeu!
Mas, certo, certo, é a evidencia de que neste Pais – e na Europa - tudo neste momento parece possível.

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