Passos Coelho: ad latere do 25 de Abril...

O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, não quer valorizar "episódios laterais" relativamente às comemorações dos 40 anos do 25 de Abril”. link.

Bem, os portugueses nestes 3 últimos anos ficaram a saber que se existem ‘episódios laterais’ relativos ao 25 de Abril um deles seria a circunstância deste Governo ter ‘assaltado’ o poder montado num ‘ledo e cego engano’, prometendo auríficas respostas para superar um período de profunda crise nacional e europeia.

E sabem mais: que a lateralidade em questões políticas e governativas é, em primeiro lugar, a ausência (ou a fuga) de posicionamento, i. e., a deriva, como método de governo. 
Outra será o disfarce que [o actual primeiro-ministro] não consegue iludir [nem 'lateralizar'] quanto aos sentimentos de ressentimento e de uma profunda incompatibilidade com o 25 de Abril. 
Outra ainda poderá ser o querer caminhar entre os pingos da chuva sem se molhar, sem dar a cara. Ou, tornar-se no paladino de uma volátil ‘indefinição’, em que tudo é marginal e lateral, excepto o ‘ajustamento’ em curso (facto que não pode ser comentado em público, p. exº., na AR). O rastejar é, muitas vezes, um  confrangedor 'episódio ventral'.
A lateralidade (ou o encarar de problemas lateralmente) é uma atitude política que já não colhe. Porque toda a gente lhe está a ver a careca (sem conotações bíblicas). E um ‘imenso fastio’ (para não dizer repulsa) apoderou-se dos cidadãos que não estão disponíveis para desmontar ‘episódios’ ou aceitar as aleivosias - directas ou laterais - que lhe são diariamente dirigidas e/ou infringidas. 

Deixando de lado os episódios para olharmos [frontalmente] para as pessoas.
Não será difícil classificar Passos Coelho como um ‘latero-político’ que caminha num confuso deambular ideológico vogando à bolina dos ventos vindos do Centro e Norte da Europa e que se verga (infunda o seu ego) aos seus interpostos interesses. 
A diferença é que esse posicionamento não pode deixar de ser avaliado como um iniludível preconceito antagonista [do 25 de Abril] e, aqui, sim, não se trata de algo que possa ser considerado ‘ad latere’.

Os cidadãos não apreciam políticos laterais. Preferem os frontais. E se alguma coisa existisse de positivo neste tipo de posicionamento seria, com certeza, a 'dialéctica da bilateralidade' [e não a ‘lateralidade’] dos citados ‘episódios’. E este não foi o posicionamento de Passos Coelho, nem sequer é algo que seja pertinente no caso vertente [as comemorações do 25 de Abril]. Nem pertinente, nem digno.

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