O BES BOM e o mau olhado

A nomeação de Vítor Bento, o homem de Belém, ungido pelo governador do Banco de Portugal com a bênção de S. Bento, assegurava ao novo Banco um auspicioso futuro. A garantia de que nenhum contribuinte pagaria um só cêntimo na maior burla de todos os tempos, que fez descer o Espírito Santo e o País ao Inferno, é a profecia por confirmar.

Sabe-se agora que Cavaco Silva, ungido candidato a Belém num banquete em casa de Ricardo Salgado, numa liturgia em que os casais Marcelo e Durão Barroso participaram como acólitos, se queixa de Passos Coelho, que talvez não tenha sido convenientemente esclarecido do que se passava no banco do regime (não confundir com o BPN, o banco do PSD). Por sua vez Passos Coelho queixa-se de que talvez o Banco de Portugal o não tenha informado capazmente e o Governador de Ricardo Salgado que o terá enganado.

Hoje, o Público reafirma, perante um desmentido, que «o primeiro-ministro enviou em Outubro de 2013 uma mensagem informal para o núcleo duro do GES sugerindo que tinha chegado a hora de substituir o presidente do Banco Espírito Santo».

A demissão de Vítor Bento da gestão do banco que guarda os segredos dos desmandos cometidos, que desgraçaram o País e a sua credibilidade, já abalada no BPN, BCP, BPP e Banif, é mais uma acha na fogueira que queima os órgãos envolvidos. Resta saber se o espólio incómodo ainda se mantém recatado enquanto as falhas do sistema informático do ministério da Justiça não transformam uma reforma num terramoto que sepulte todos os documentos perigosos.

Espanta que, sabendo o PR, o PM e o governador do BP o suficiente para entregarem o benfeitor à Justiça o tenham encoberto enquanto os desprevenidos investidores acorriam ao aumento de capital que se sumiu pelo buraco que os privilegiados conheciam.

Parece mau olhado.

Se fossem sucateiros!

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