Madeira: a sucessão e o provável dilúvio…


Alberto João Jardim (AJJ) permaneceu quase 4 decénios na presidência do Governo Regional da Madeira e como líder do PSD/Madeira.
Retira-se envolvido em acusações de despesismo, como ‘pai’ de uma enorme dívida para a Região e com a ameaça ao seu ‘reinado’ que foram os resultados das últimas eleições autárquicas.

Ao fim desta longuíssima permanência no comando do PSD/Madeira seria natural que tivesse preparado e indiciado um sucessor. Preferiu dividir para reinar sem incómodos (oposições). E, neste momento, o eleito é alguém que pertenceu ao seu restrito círculo mas que saíu desse núcleo zangado e desiludido. 

Miguel Albuquerque foi presidente da Câmara do Funchal tendo abandonado este cargo na qualidade de ‘dinossauro ineligível’. O novo líder do PSD/Madeira quererá distanciar-se do consulado de Alberto João Jardim, dentro da velha tradição do PSD de se renovar das cinzas (uma Fenix partidária). 

A herança é pesada porque deriva dos métodos caciqueiros de exercício do poder na Região e ainda de uma enorme teia de interesses (aparentemente corporizada por Jaime Ramos que sofreu uma humilhante derrota na 1ª. volta) da qual Miguel Albuquerque não estaria tão distante como parecerá.
Na verdade, o espólio político que AJJ deixa na Madeira não passa de um presente envenenado. A sua saída tem fortes possibilidades de dar origem a um período conturbado e confuso para a Madeira. A presente eleição de Miguel Albuquerque não é clarificadora para a Madeira, nem sequer para o PSD/Madeira.  

A passagem de AJJ pelo PSD regional e pelo Governo da Madeira sugere uma profecia de Luís XV ou de Madame Pompadour: ‘après moi le déluge’ (depois de mim, o dilúvio). 
O que na altura demorou 2 décadas a concretizar-se (Revolução Francesa) poderá ‘acontecer’, na Madeira, em 2 semanas. AJJ abandona os cargos a 12 de Janeiro!

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