O PR e a obsessão na aniquilação do PS


O Público anuncia hoje que Cavaco Silva, no discurso do 25 de Abril, vai insistir num acordo PSD/PS, nem sequer PS/PSD, o que certamente fará como PR dos portugueses que ainda o suportam e no derradeiro recado do partido de que é delegado e refém.

O mais parcial, inculto e inepto PR da democracia desconhece ter sido o mais obstinado adversário da esquerda, em geral, e do PS, em Particular? Quem recusa, indiferente aos riscos, antecipar dois meses as eleições legislativas e insiste no acordo entre o pior PM, apoiado pela pior maioria, sob os seus auspícios, não é a consistência governativa que procura, é a prévia atribuição de culpas ao partido que ambiciona destruir.

O 25 de Abril, o dia sagrado do devocionário democrático, não merecia ser usado para a propaganda partidária e o combate contra a esquerda que o ama. Ao usá-lo, o PR revela a débil cultura democrática e a nostalgia do regime em que se sentia confortável.

Cavaco Silva carregará a agonia do atual Governo até à última privatização e só terá de suportar a afronta de cravos vermelhos, a vicejarem na AR, uma vez mais. O País é que não terá de suportar mais Roteiros e a repetição tautológica dos apelos à capitulação do PS sob a designação de acordo.

Comentários

e-pá! disse…
Quando O PR propôs (julho de 2013) o tal "Governo de Salvação Nacional" a reboque de um mirifico acordo entre o PSD e o PS (e a reboque o 'irreversível' CDS), na verdade, estava a lançar um feroz ataque à diversidade de opiniões que caracterizam o amplo leque partidário que informa (e formata) os regimes democráticos.

Se este acordo tivesse ocorrido as próximas eleições legislativas tinham perdido qualquer sentido (democrático). Transformar-se-iam num plebiscito ao 'centrão'.

Todos estes apelos a acordos (pré eleitorais) vindos donde vêm, são suspeitos. É difícil compreender como uma político do topo da hierarquia do Estado insiste, nesta altura, do campeonato em tais dislates.
Hoje, mais do que nunca há necessidade de medir forças entre os partidos que advogam (e aplicaram impiedosamente) políticas austeritárias cegas e desmedidas que conduziram a um trágico empobrecimento do País e os outros partidos (e não somente o PS) que as rejeitam.

A democracia vive (e sobrevive) das alternativas que o regime (democrático) possibilita (e até estimula).
E não de uma estabilidade artificial que não consegue disfarçar a intenção de consolidar políticas já aplicadas dando-lhe um ar de perenidade.

A estabilidade imperiosa do sistema (político) é a de regime e não a das políticas possíveis.
E, ainda, a estabilidade deve ser fruto do bom exercício do poder e não um valor em si mesma.

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