Café Santa Cruz – um caso político

A ‘Fábrica da Igreja Paroquial de Santa Cruz’ vai tentar desapossar a Junta da União de Freguesias de Coimbra, do Café Santa Cruz, em Coimbra.

Os menos familiarizados com os nomes rebarbativos e pouco eufónicos da heteronímia das sacristias, estranham que se chame ‘Fábrica’ à máquina de fuga ao fisco e captação de donativos, com deduções majoradas no IRS, de crentes ou simples planificadores dos seus impostos, existente nas paróquias católicas portuguesas.

Sendo entidades de direito canónico, seria difícil ao fisco exercer qualquer controlo, se algum recibo excedesse largamente o valor recebido (facto que não terá acontecido, mas que, por lapso do Demo, pode vir a acontecer, em instituições do divino).

É verdade que a Igreja católica sempre se queixou das malfeitorias que a República lhe fez em 1910 e que considera um roubo ter sido desapossada do seu imenso património.

Salazar, ‘Enviado da Providência’, como a freira Lúcia segredou ao cardeal Cerejeira, e este fez saber ao ditador, elaborou uma lei que permitiu à Igreja católica recuperar bens de que era proprietária no início de outubro de 1910.

Só surpreende que, quase 106 anos depois da malfeitoria de Afonso Costa e de 46 anos de defunção do ‘Enviado da Providência’, a Fábrica da Igreja Paroquial de Santa Cruz venha reivindicar a devolução, certamente para aulas de catequese, do centenário Café.

Um destes dias, o Papa Francisco, vai reivindicar a parte da Itália que o excomungado maçon, Giuseppe Garibaldi, lhe roubou pela força das armas.

Hei de voltar ao assunto que correrá os seus trâmites na Secção Cível J – 4, da Comarca de Coimbra.

Declaração de interesse: estou incondicionalmente ao lado do réu, contra o autor.

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