Boçalidade no Parlamento Europeu

É ousadia pensar que não há bestas perfeitas, porque ninguém é perfeito, pois é vulgar a realidade criar a dúvida.

A edição eletrónica de El País (2-3-2017) publicou um texto de Álvaro Sánchez acerca da intervenção do eurodeputado polaco Janusz Korwin-Mikke, proferida no dia anterior, no Parlamento Europeu. O energúmeno, casado três vezes e pai de oito filhos, afirmou que “as mulheres devem ganhar menos porque são mais fracas e menos inteligentes”.

O jornalista avisava que o deputado é conhecido pelos comentários racistas, sexistas e antissemitas, nada que seja estranho a quem, em Portugal, frequente as barbearias, os transportes públicos ou alguns cafés de bairro. Este fascista, que já entrou no PE a fazer a saudação nazi, que profere discursos racistas contra os negros e designa os refugiados como lixo humano, lamenta que as mulheres tenham direito a votar porque têm menos conhecimentos de política do que os homens.

O que realmente surpreende e assusta neste monárquico, defensor da pena de morte, é ser líder de um partido à beira dos 5%, ter chegado ao Parlamento Europeu, em 2014, com 7,2% dos votos polacos, e ter obtido 28,5% dos sufrágios nos eleitores dos 18 aos 25 anos, grupo etário onde o seu partido foi o mais votado.

São estes números inquietantes que nos apavoram num país onde, ao contrário do que se diz, a invasão nazi teve o apoio entusiástico de grande parte da população e, ainda hoje, o influente clero católico e os meios rurais permanecem profundamente reacionários.

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