O rendimento mínimo e o vencimento máximo

Qualquer cidadão normal, a menos que esteja partidariamente embrutecido, percebe que é demasiado baixo o primeiro e chega a ser obsceno o segundo.

Os vencimentos da função pública e as pensões, quer as da CGA quer as da Segurança Social, deviam obedecer a uma lógica e a um teto que todos pudéssemos compreender.

Não me repugna que os vencimentos possam ser alinhados pela média da UE, para cada função, proporcionalmente ao PIB. Havia de chocar-nos menos do que as desigualdades que as profissões com maior capacidade reivindicativa conseguem face a outras.

Excetuando os altos cargos do Estado, PR, presidente da AR, PM e presidentes do STJ, Tribunal Constitucional e Tribunal de Contas, com vencimentos demasiado baixos, os três primeiros, urge estabelecer uma categoria máxima a partir da qual todos os outros entrem numa escala descendente, e acabar com as habilidades que levam um motorista a ganhar mais do que o ministro, a acreditar em Paulo Portas, embora a fonte não fosse a mais fiável.

É preciso acabar com a indexação perversa de vencimentos de autarcas ao do PR, o que impede que este tenha um vencimento compatível com a dignidade do cargo.

E porque a justiça social e a sustentabilidade das reformas dos futuros pensionistas nos devem preocupar, ninguém devia receber do Estado (CNP e/ou SS) pensão acumulada ou única (v.g., pensão própria + pensão de viuvez) superior ao vencimento líquido do mais alto cargo da função pública.

Esta não é uma posição de direita. A reforma deve servir para viver com dignidade, não para enriquecer.

Comentários

Mensagens populares deste blogue

Divagando sobre barretes e 'experiências'…

26 de agosto – efemérides